Secretário de Governo de Lábrea, Hélio Camurça, é alvo de denúncias por perseguição e assédio a mulheres
O atual secretário de governo do município de Lábrea, Hélio Camurça, está sendo acusado de importunação sexual, assédio moral e perseguição a mulheres. As denúncias foram formalizadas por meio de boletins de ocorrência registrados na Delegacia Especializada da cidade.
De acordo com os documentos obtidos pela reportagem, uma das vítimas afirma que vem sendo assediada de forma persistente pelo secretário desde maio deste ano. O acusado teria iniciado a perseguição por meio das redes sociais, especialmente no Instagram, onde monitorava postagens e interagia de maneira insistente e inadequada. A abordagem, no entanto, não se limitava ao ambiente virtual.
Segundo o relato oficial, o secretário passou a importunar a vítima também presencialmente, mesmo após ter sido advertido por terceiros. De acordo com o boletim, ele teria afirmado que continuaria com as atitudes, demonstrando convicção de que não seria punido.
A vítima, que optou por manter sua identidade preservada por medo de retaliações, apresentou provas materiais como mensagens, capturas de tela e registros de interações digitais. Ela afirma que outras mulheres passaram por situações semelhantes, mas não denunciaram por receio de sofrer represálias profissionais ou pessoais.
Fontes ligadas ao caso afirmam que o comportamento do secretário não é recente. Há relatos de que esse tipo de conduta se repetiria há anos, atravessando diferentes gestões municipais. De acordo com uma dessas fontes, o servidor utiliza seu cargo como instrumento de intimidação, o que teria dificultado, até aqui, o avanço de qualquer investigação formal.
Em meio às denúncias, o secretário foi alvo de outro episódio que chamou atenção: seu carro foi atingido por disparos de arma de fogo na semana passada. O caso está sendo apurado separadamente, mas fontes próximas ao inquérito não descartam que o atentado possa estar relacionado às recentes denúncias e ainda dizem que o o marido de uma das vítimas já exausto do assédio a sua esposa, e em momento impensado acabou disprando tiros contra o caro do secretário.
Apesar da gravidade das acusações, até o momento não foi anunciada nenhuma medida oficial de afastamento ou investigação administrativa. O secretário segue exercendo suas funções normalmente.
As denúncias reforçam a dificuldade enfrentada por mulheres que buscam justiça em casos de assédio envolvendo agentes públicos em cargos de poder. “As vítimas carregam o medo, enquanto o agressor se protege com o crachá”, comentou uma das fontes ouvidas pela reportagem.
O nome da vítima foi preservado conforme previsto na legislação que protege mulheres vítimas de violência.
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